quarta-feira, 4 de abril de 2012

Semana Santa: reencontrar as raízes mais profundas de nossa fé


“A Semana Santa, para muitos, talvez, seja ocasião para férias, viagens e negócios. Não assim, para os cristãos e filhos da Igreja. Sem nos deixarmos levar pelas tentações do consumismo e das mil propostas de lazer, nem pelo indiferentismo diante da "Semana Maior" na vida litúrgica da Igreja, acompanhemos com fé intensa a celebração do Mistério Pascal de paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. É o ponto alto do caminho quaresmal de penitência e conversão, que fizemos durante 40 dias; é o centro do ano litúrgico e das celebrações da Igreja”, assinalava Dom Scherer.

“Porém, como viver bem a Semana Santa?”, perguntava o Cardeal Arcebispo.
Em resposta o prelado afirmou que “sem grandes mistérios: saiamos de casa, acompanhemos as celebrações da Igreja, desde o Domingo de Ramos, concentrando-nos no sagrado Tríduo Pascal, que culmina com o Domingo da Ressurreição do Senhor”.
“A Liturgia da semana santa é muito bonita e significativa. Além disso, a religiosidade popular e a arte deram belas expressões à fé cristã, que ajudam a entrar no mistério profundo daquilo que celebramos”.

Mais adiante o purpurado assinalou que “especialmente recomendável, como conclusão do caminho penitencial da Quaresma, é a realização de uma boa, humilde e sincera revisão de vida, seguida da confissão sacramental; a Igreja nos pede que celebremos a Páscoa com a alma renovada pelo perdão dos pecados, que Jesus mereceu para todos sobre a cruz e que recebemos através do sacramento da Igreja”.
“Também são recomendados pela Igreja o jejum e a abstinência na sexta-feira santa, a oração mais intensa, a caridade para com o próximo e a escuta atenta da Palavra de Deus, tão ricamente servida a nós pela Liturgia desses dias”, asseverou.

Mais adiante o arcebispo da capital paulista destacava:
“Qual é o centro da semana santa? A resposta só pode ser uma: Jesus Cristo, contemplado e acompanhado nos dias derradeiros de sua vida neste mundo: "tendo amado os seus que estavam neste mundo, amou-os até o fim" (Jo 13,1). Não é teatro religioso, não é mero sentimentalismo que se promove, mas o encontro pessoal e profundo com Aquele, que amou também a cada um de nós "até o fim", até o extremo do amor, entregando sua vida para dar vida a nós: "Não há maior prova de amor que dar a vida por aquele que se ama" (cf Jo 15,13). A celebração da Páscoa deve fazer-nos reencontrar as raízes mais profundas de nossa fé e da vida cristã: nossa firme e amorosa adesão a Jesus Cristo. Por isso, de fato, a Igreja nos convida a renovar as promessas do nosso Batismo na noite da Páscoa: nossa vida revive na fonte da vida, que é o Senhor ressuscitado!”

“O que celebramos na semana santa vai além daquilo que as palavras conseguem dizer: fala do mistério terrível do mal, que se abateu sobre o Filho de Deus feito homem, está presente em cada época da história e também envolve a cada um de nós”, recalcou o prelado.
“Mas fala ainda mais do mistério grande do amor de Deus – "tanto Deus amou o mundo, que lhe entregou seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16)”.

Por último Dom Odilo Scherer exortou a que “ninguém deixe escorrer, mais uma vez, diante dos olhos este drama, no qual todos nós somos atores, e cujo final é a vitória do amor e da vida sobre o pecado e a morte. Foi por nós que isso aconteceu. E acontece ainda”, concluiu.

Dom Odilo Scherer