No longo processo de sua formação,
os discípulos foram sendo instruídos no modo de ser característico de quem
aderiu ao Reino de Deus. Jesus ensinou-os a serem solidários, a cultivar a
união fraterna, a estarem sempre prontos para servir. Não foram educados com
critérios humanos de superioridade ou inferioridade, pois entre eles deveria
reinar a igualdade.
As lições do Mestre nem sempre
encontraram corações abertos para acolhê-las. Os discípulos mostravam-se
reticentes em abrir mão de sua mentalidade. Daí, a preocupação em saber quem,
dentre eles, seria o maior, ou seja, quem teria autoridade sobre os outros,
quem seria o mais importante objeto da reverência e do respeito dos demais.
Tudo ao inverso do que lhes fora ensinado pelo Senhor Jesus!
E então, Jesus resume, numa frase,
um princípio de ação que deveria nortear a vida do discípulo: “Quem quiser ser
o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. Esta era Sua pauta de
ação. Ele se apresentava como Servo. E Sua vida definia-se como serviço a todos,
sem distinção.
Cristo nunca esteve em busca de
grandezas, muito menos reduziu os discípulos à condição de escravos Seus. Não
se preocupou em granjear a estima e a reverência alheias, a qualquer custo.
Simplesmente seguiu o Seu caminho de servidor, esforçando-se por satisfazer as
carências e os sofrimentos humanos.
Apresentou-se como exemplo a ser imitado!
Vivemos dias de muita insegurança e
decepções com respeito ao comportamento das pessoas. É muito comum, hoje –
talvez muitos influenciados pelos meios de comunicação social em geral – a
vontade incontestável de crescer socialmente, de “subir na vida”, mas não no
sentido espiritual e sim material, para se tornar “celebridade”.
A busca de glória, fama, cargo.
Tudo isso, porém, só se pode satisfazer plenamente quando for estruturado na
sua raiz, pelo que é bom, pelo que é honesto, alicerçado em Deus.
Você que busca a glória humana,
saiba que a celebridade social é muito falsa, fingida e cheia de interesses
anexos que vão frustrando aqueles que a alcançam e alcançaram. Até porque num
“piscar de olhos” se acaba e a pessoa se sente completamente só e ignorada por
aqueles que a aplaudiam enquanto lhes interessava.
Nesse trecho do Evangelho de
Marcos, Jesus adverte os apóstolos e lhes diz: “Se algum de vocês quer ser o
maior, seja o menor, seja o último, seja aquele
que serve.” Quando nos atemos às palavras de Jesus e procuramos
segui-las , colocando-as em prática na nossa vida, descobrimos que servir é melhor do que ser servido.
Quando damos um presente como sinal
de grande amizade sentimo-nos plenamente realizados só em sentir a alegria e
contentamento de quem o recebeu. Ele será, certamente, algo que nunca nos
deixará esquecidos por aquele amigo ou por aquela família.
A doação sincera – seja ela
material ou espiritual – produz em nós uma alegria inigualável, fruto da
presença do nosso Deus, que nos criou, principalmente, para amarmos a todos
como Ele nos ama.
A realização pessoal verdadeira não
é aquela que faz das pessoas celebridades sociais com um tempo muito curto de
glória, mas sim é aquela que nos realiza como verdadeiros seres humanos,
criados à imagem e semelhança de Deus.
Os apóstolos tornaram-se
verdadeiras “celebridades” para as coisas de Deus. Todos simples, sem estudos e
preparo, foram chamados por Jesus e capacitados para a missão de divulgar a
Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles são e serão até o fim dos tempos as
verdadeiras “celebridades”: simples, sem arrogâncias e nunca esquecidas.
Somos também chamados a ser
“celebridades”, desde que na humildade, simplicidade e sem aspiração de
grandezas. Celebridades do bem!
Peçamos ao Pai celeste que tire do
nosso coração os ideais mundanos de glória e nos coloquemos no verdadeiro
caminho para sermos glorificados por Ele, fazendo-nos servos de todos.
Padre Bantu Mendonça