Todos possuímos uma história: com
suas luzes e sombras, específicas circunstâncias, muitas vezes, tristes e
dolorosas, e que se não forem bem trabalhadas podem continuar “acontecendo”
infinitamente dentro de nós.
Existiram também, obviamente, fatos
positivos em nossa história, contudo, os conteúdos de negatividade que
experienciamos tendem a ter uma dinâmica própria e independente dentro de nós,
e isso por força do impacto que tudo isso provoca em nossas emoções e
sensibilidade. Tais realidades podem ficar armazenadas em nosso inconsciente,
muitas vezes nos fragmentando e determinando nossas ações e reações (com o
intuito de automaticamente nos escravizar…).
É especificamente aí que a cura
interior entra em cena, pois nela, pela força do Espírito de Deus buscamos
curar em nós tais feridas e traumas, que por mais que estejam esquecidos, ainda
se encontram abertos e atuantes em nosso ser.
Existem lugares em nós – lacunas e
fragilidades que ainda não conhecemos nem compreendemos com inteireza, e por
isso, em algumas circunstâncias, não entendemos nossas reações diante de alguns
específicos estímulos.
Algumas áreas e realidades em nós nunca poderemos,
apenas por nossa força e compreensão, compreender com exatidão… Em tais
circunstancias somente o Espírito Santo poderá protagonizar a resolução e a
cura de tais feridas, revelando-nos a nós mesmos.
A cura interior é um dom do Pai,
pelo Filho e na força do Espírito. É realidade fantástica, agregadora de vida e
ressurreição à qual precisamos nos submeter, se quisermos de fato, existir com
qualidade.
Sem cura interior não teremos
qualidade de vida: emocional, psíquica e espiritual. Sem ela existiremos pela
metade, divididos por vícios e fraqueza às quais sequer compreendemos,
deformidades essas que nos impedirão de acontecermos em profundidade, nos
impossibilitando de sermos o que verdadeiramente somos em nossa essência.
É preciso investir na cura
interior, com perseverança e paciência, pois ela se revelará com uma das
maiores e mais acertadas aquisições que poderemos conquistar em nossa história.
Ela nos fará mais aquilo realmente somos, nos fazendo muito mais d’Aquele que
“de modo admirável nos teceu e formou” (cf. Sl 138,13-14). Vivamos esta belíssima experiência!
Pe. Adriano Zandoná