Louvado seja nosso Senhor Jesus
Cristo, para sempre seja louvado!
Querido povo de Deus, o encontro
com o Senhor é a própria felicidade. Mas eu lhe pergunto: o que é felicidade?
Para responder esta pergunta,
convido você a pegar comigo o Evangelho de São João (Jo 4,1-26), para
refletirmos sobre a felicidade a partir do encontro da Samaritana com o Senhor.
Esta mulher foi até o poço para buscar água, mas não esperava que fosse
encontrar Aquele que saciaria toda a sede de sua alma.
A Samaritana, a princípio, não
reconheceu o Senhor, ficou espantada com Seu pedido, porém, no diálogo,
reconheceu que Aquele que pedia água era Ele mesmo o poço, a fonte que mataria
toda a sede de sua alma, era o Senhor a fonte de sua felicidade.
A felicidade é uma construção.
Inúmeras vezes, a confundimos com euforia; mutos a querem encontrar em forma de
“pílulas”, acham que é possível comprá-la. Para o mundo, ser feliz é ter bens,
dinheiro, riqueza; nós, muitas vezes, nos envolvemos também nesta dinâmica, nos
colocamos à “caça de um tesouro”, mas perdemos nesta busca quando tiramos os
olhos do verdadeiro Tesouro que é o Senhor, consequentemente, em vez de sermos
felizes, caímos na decepção e na angústia.
A felicidade somente se realiza
plenamente no encontro com o Senhor, por isso, quando estivermos tristes,
abatidos, derrotados, sem esperança, precisamos fazer como a Samaritana,e
corrermos ao poço para beber da Água Viva que Jesus pode dar.
Quando vivemos em prol de saciar
apenas os instintos da nossa carne, não encontramos a felicidade, pois ela está
na confiança em Deus a partir de uma vida de santidade. Já afirmava o salmista:
“Para mim, um dia nos teus átrios vale mais que mil em outro lugar; estar na
porta da casa do meu Deus é melhor que morar nas tendas dos ímpios” (Sl 84,11).
Meus irmãos, um modelo de pessoa
feliz é a Virgem Maria. Quando olhamos para sua vida, entendemos o que é ser
feliz. Muito mais do que euforia ou momentos de alegria, ela, humana como nós,
nos deixou o exemplo de que a felicidade pode ser construída a partir das
contrariedades humanas, desde que fundamentada na vontade de Deus. Ela sofreu
muito; entre as dores, estavam a dureza de se colocar a caminho, grávida, para
ajudar sua prima Isabel e, depois, o sofrimento do deserto, o calvário com seu
Filho Jesus, tudo isso para fazer cumprir a vontade do Senhor. Assim ela foi
feliz.
Gostaria que, neste momento, você
pudesse refletir sobre seus desesperos, angústias, suas dores e contrariedades.
Que, desta forma, a partir do modelo da Samaritana, da Virgem Maria, você possa
se encontrar com o Senhor.
Todos nós buscamos a felicidade,
queremos alcançá-la, e para isso deixo como direção a Palavra de Deus. Na
primeira carta de São Pedro, encontramos alguns ensinamentos para sermos
felizes:
“Sede todos unânimes, compassivos,
fraternos, misericordiosos e humildes. Não pagueis o mal com o mal, nem ofensa
com ofensa. Ao contrário, abençoai, porque para isto fostes chamados: para
serdes herdeiros da bênção. De fato, quem quer amar a vida e ver dias felizes,
guarde a sua língua do mal e seus lábios de falar mentiras. Afaste-se do mal e
faça o bem, busque a paz e vá ao seu encalço. Pois os olhos do Senhor estão
sobre os justos e seus ouvidos estão atentos à sua prece, mas o rosto do Senhor
volta-se contra os malfeitores”. (1 Pd 3, 8-12)
Portanto, se queres ser felizes,
não tenha medo de ir até o poço e encontrar-se com Jesus; desta forma, confiar
a Ele toda a sua vida e toda a sua família. Coloque-se a caminho da vontade de
Deus, mesmo que esta lhe traga muitas contrariedades, mas, certamente, com o
Senhor, encontrando-se com Ele, você será feliz na vontade de Deus.
Que Deus nos abençoe! E como a
Virgem Maria possamos ser felizes.
Padre Reginaldo Manzotti