terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Apelo à Conversão



O tempo do ADVENTO nos prepara para trilhar um caminho ao grande evento da humanidade, a Encarnação de Deus na História, “O verbo divino se fez carne e habitou entre nós” Jo, 1,14.

O percurso apresentado pela Igreja, de forma pedagógica, nos leva a ser vigilantes em todos os momentos de nossas vidas conforme o evangelho do I Domingo do Advento nos falava: “O que vos digo, eu digo a todos; Vigiai” Mc 13,37.

O passo seguinte a ser dado, é a busca constante da CONVERSÃO como nos mostram as leituras deste segundo domingo do ADVENTO. O profeta Isaías anuncia a libertação de Jerusalém e o perdão de suas faltas pela ação de um Deus misericordioso, que ama profundamente a pessoa humana: “falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todos os seus pecados” Is 40, 1-2.

A segunda carta de Pedro evidencia o grande desejo de Deus de que todos se convertam a proposta de Jesus: “Ele está usando de paciência para convosco, pois não deseja que alguém se perca. Ao contrário, quer que todos venham a converter-se.” 2 Pd 3, 9.

Já o Evangelho cita a profecia de Isaías, realizada na vida de João Batista, como sendo aquele que veio para preparar os caminhos do Senhor, e anunciar um Batismo de CONVERSÃO para o perdão dos pecados. Mc 1,1-8.

Analisando de forma mistagógica a liturgia da Palavra, percebemos que o convite primordial é o desejo de CONVERSÃO, e esta busca é cotidiana, não é um ato mágico, mas é um processo contínuo que se dá em nossas vidas; de vez em quando escuto: “padre graças a Deus em me converti”, “eu mudei de vida totalmente” ou ainda “100% Jesus”.

Tenho muito receio desses tipos de conversões momentâneas, porque com a mesma facilidade de se afirmar que se “converteu”, também pode haver um abandono a igreja e, conseqüentemente a fé; diante disso lembro-me da Parábola do Semeador Mc 4, 1-20, em que nos diz que tem pessoas que logo quando escutam a PALAVRA se fantasiam, não tem profundidade, dizem que agora encontrei Jesus, mas na primeira provação desiste de tudo “outros são como a semente que foi semeada em terreno pedregoso: quando escutam a PALAVRA, acolhem-na com alegria; mas não tem raízes, são inconstantes. Acontece uma tribulação ou perseguição pela PALAVRA, imediatamente é sufocada e fica sem fruto”.

Portanto, Vamos viver de maneira madura essa segunda semana do ADVENTO, revendo nossas atitudes, deixando de lado aquilo que não condiz com o Evangelho, deixando a superficialidade da vida, purificando nosso coração, desprezando o ódio, a inveja e aquilo que nos afasta de Deus, porém sem negar nossa humanidade, mas na certeza de que a CONVERSÃO se dá em nossa vida de forma gradativa, claro que temos um momento que nos faz acordar para vida, para realidade da proposta do Evangelho, como São Paulo no caminho de Damasco, mas o processo catecumenal de conversão continua sempre, até os últimos dias de nossas vidas aqui neste mundo.






Pe. Marcondes Meneses