quinta-feira, 1 de março de 2012

Papa apresenta Santo Agostinho como exemplo para a juventude


Bento XVI dirigiu-se aos jovens, mostrando que apesar de as gerações mais novas se afastarem da Igreja, tal como aconteceu com Santo Agostinho, o caminho inverso pode acontecer.

Na audiência geral das Quartas-feiras, o Papa lembrou o itinerário de vida de uma das figuras mais marcantes da história da Igreja, “Santo Agostinho deixou uma marca fortíssima na cultura Ocidental e no mundo, um modelo único na literatura ocidental e também na literatura moderna”.

“À semelhança do que acontece com muitos jovens atualmente, que se afastam da Igreja e dos valores espirituais, também Santo Agostinho teve um período da sua vida de descrença”, lembrou o Papa, para logo afirmar que Agostinho foi um homem de paixão e de fé, de uma grande inteligência e de uma pressa pastoral infatigável. Um doutor e grande Santo da Igreja que é também conhecido, pela sua reputação, mesmo entre quem ignora o cristianismo.

No meio de 4500 fiéis, o Papa evidenciou as características espiritual do pensamento agostiniano, considerado como algo “extraordinário e sem precedentes”.

Pela sua singular relevância, Santo Agostinho teve uma vasta influência, tanto que se pode afirmar, que todo o caminho da literatura cristã, levadas a Ippona, uma cidade da África romana, onde Agostinho foi bispo entre 395 até ao ano da sua morte em 430, se desenvolveram muitos caminhos do cristianismo e da cultura ocidental.

Nascido em Tagaste, a 13 de Novembro do ano 354, Agostinho tinha como pais um pagão e uma fervorosa cristã. A mãe teve uma grande influência no seu filho e o educou segundo a fé cristã, que depressa Santo Agostinho abandonou.

De uma viva inteligência, “Agostinho fundou um espírito de valores e ideias que os seguintes iriam perseguir”. Nasce em Agostinho o amor pelo conhecimento, como escreve nas suas Confissões. Mesmo quando abandonou a fé eclesial, “Agostinho procurou sempre a verdade. Estava convencido que sem Jesus, a verdade não chegava”, afirma Bento XVI.

O encontro com a Bíblia desapontou o jovem Agostinho pois não encontrava a superioridade da filosofia. “A ideia de uma concepção simplificada do mundo, dividida radicalmente entre o bem e o mal, atraía o jovem Agostinho, convicto de ter encontrado uma síntese da racionalidade, baseada na verdade e no amor por Cristo”.

Esta racionalidade permitia-lhe continuar uma relação com uma mulher, de quem teve um filho, Adeodato, que morreu prematuramente.

Com o tempo, Agostinho afastou-se da fé maniqueísta, que o desiludiu intelectualmente. Saiu de Cartagena e mudou-se para Roma, onde se encantou pelas leituras do Bispo Ambrogio, que o ajudaram a resolver as dificuldades intelectuais, do contacto com a Bíblia, que tinha em jovem.

A sua conversão ao Cristianismo, ocorre a 15 de Agosto de 386, e põe fim a um “longo caminho de tormento interior”.

Aos 32 anos, Agostinho foi baptizado, a 24 de Abril de 387, durante a Vigília Pascal. Agostinho ainda ruma a África, com o objectivo de praticar uma vida comum, de estilo monástico, ao serviço de Deus, mas volta a Roma, sendo ordenado sacerdote em 391, em Ippona e torna-se bispo em 395.

“Agostinho foi batizado contra a sua vontade”, disse o Papa, acrescentando que não se sentia chamado à vida pastoral. “Mas depois percebeu que a vida devia ser entendida como um serviço pastoral aos outros”, acrescentou.

Bento XVI lembra um Bispo exemplar, que “em pouco tempo exercitou uma vasta influência na vida da Igreja, enfrentando tendências religiosas e fortes heresias”.

Agostinho morre a 28 de Agosto de 430, perto de completar 76 anos.

No final da audiência, na presença de atletas da série D, do campeonato de futebol italiano, Bento XVI pediu que este desporto possa ser “um veículo de educação dos valores da honestidade, da solidariedade e da fraternidade, especialmente entre as gerações mais jovens”

O Papa saudou ainda os jovens, os doentes e os jovens casais, exortando à reflexão sobre a manifestação de Jesus a todos os povos.