domingo, 11 de março de 2012

Psicólogo fala sobre a importância e benefícios da psicologia para a sociedade


Qual o papel da psicologia na sociedade?

João Carlos: Entre outras áreas, hoje a psicologia é muito importante na área social. Ela tem um grande respeito pela seriedade com que ela atua nesta área. A psicologia faz uma leitura não somente do indivíduo em particular, mas do grupo de indivíduos. O psicólogo pode ajudar na interpretação de algo que esteja acontecendo, intervir e ajudar o grupo. Hoje ele é um grande observador, um grande profeta, no sentido que ele colhe e discerne o que está acontecendo nos grupos sociais, podendo colocar isso a par da sociedade e ajudá-la como um todo.

São vastas as áreas que a psicologia atinge?

João Carlos: Sim, sem dúvida. Quando ingressamos na faculdade, aprendemos de tudo, depois da conclusão do curso, o psicólogo aprende a psicologia geral, e realmente como psicologia social atua; a psicologia na área hospitalar; empresarial, clínica e hoje atua também na área do direito, em nível de advocacia. Ela está se expandindo cada vez mais e entrando em todas as áreas profissionais. A pessoa entra na faculdade aprende tudo isso, e no final do curso escolhe a área que quer atuar.

Quais são os benefícios que a psicologia pode proporciona ao ser humano?


João Carlos: Levar o ser humano a conhecer a si mesmo é o papel fundamental, central da psicologia. Como psicólogos, buscamos fazer com que a pessoa tenha um conhecimento de si mesma, uma compreensão de si. A partir do que ele se compreende, ele entende quem ele é, podendo ter uma postura diferente de ver a vida. O psicólogo tem um compromisso com a vida, ajudar uma pessoa a viver melhor, independente de quem seja.

Somente pessoas com grandes problemas ou doentes podem procurar um psicólogo?


João Carlos: Infelizmente existe essa forma errada de ver a psicologia. Vejo que isso é inconsciente na sociedade; é um inconsciente coletivo de que quem procura ou pede ajuda a um psicólogo é louco - e isso é mentira. O louco tem o lugar próprio de ser cuidado, dentro desse lugar específico tem todo um corpo interdisciplinar que vai ajudar aquela pessoa, desde psiquiatras, psicólogos, mas isso é para uma minoria, porém todas as pessoas precisam de ajuda, já que todos têm problemas.

As pessoas que precisam de ajuda procuram psicólogos e não são doidas, apenas querem soluções para seus problemas, visto que a própria humanidade tem problemas. O psicólogo ajuda a pessoa a tocar na solução. Não é o psicólogo que vai dar solução aos problemas, mas vai ajudar a pessoa a encontrá-la. Muitos vêm para buscar ajuda ou somente conversar, porque não têm amigos, não têm colegas e nesse momento procuram um psicólogo para bater papo.

Algumas pessoas têm medo de procurar um psicólogo porque muitos seguem uma linha, que pode contradizer o que a Igreja Católica ensina. É necessário escolher bem o psicólogo?


João Carlos: A escolha de um psicólogo é como se você fosse escolher alguém para se casar; é algo muito sério. Não se deve ir a qualquer psicólogo, mas deve-se escolher com o prisma de que a psicologia é uma ciência. O papa João Paulo II lançou uma Encíclica falando sobre a fé e a razão; ele não tirou a razão da ciência, mas falou que a própria Igreja caminha com a ciência, uma ciência séria, com ética. A própria Igreja no Vaticano considera a psicologia. Ela aponta a ciência como a busca pela verdade. Se eu, como cristão, quero buscar um profissional, um psicólogo, eu tenho que fazer uma busca, porque, infelizmente, não é qualquer pessoa.

Existem pessoas que se formaram em psicologia e existem pessoas que têm o dom de atender. Tem pessoas que têm o dom, mas não são cristãs - isso não quer dizer que não são boas profissionais, mas, pelo contrário, são éticas, são pessoas sérias. A psicologia é uma ciência, mas antes de tudo um dom de Deus.

Cada vez mais aumenta o número de jovens e adultos que pretendem seguir a carreira da psicologia. O que é necessário para ingressar neste ramo?


João Carlos: Eu sou muito preocupado com isso, porque vejo que os jovens estão entrando muito cedo na faculdade; e me pergunto: "Que maturidade essa pessoa tem para encarar um curso sério, como a psicologia?" Vejo que o primeiro questionamento que a pessoa deve fazer é perguntar a si próprio se tem maturidade o suficiente, porque ela lida com conteúdos densos que mexem com a pessoa, e vai precisar de ajuda suficiente neste tempo. Vejo que, infelizmente, poucas universidades dão suporte a essas pessoas que ingressam neste curso. As pessoas que estão ingressando hoje têm que pensar bastante na questão da maturidade.

Vale a pena seguir nesta profissão, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas?

João Carlos: Vale muito a pena ser psicólogo, porque eu tenho algo em minhas mãos em que eu posso contribuir. Eu não sou o dono da razão, mas tenho um instrumento. E através dele ajudo a pessoa a se encontrar com ela mesma e, a partir daí, se encontrar com Deus.
Eu sou um intermediário.

Eu sou realizado naquilo que faço. Peço a Deus que os psicólogos entendam que o que eles têm em suas mãos é uma coisa muito linda e muito séria: a vida humana. Eles têm que saber que respondem por uma pessoa, e responderão também por elas diante de Deus.

Deus tem um chamado para você!