sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Sentido da Cruz de Cristo na Vida dos Cristãos Católicos


Segundo o Apóstolo S. Paulo, a linguagem da cruz de Cristo é “loucura para os sábios (gregos), escândalo para os judeus e poder e sabedoria de Deus para os cristãos” (1Cor 1,22-25). Porém, com a morte de Jesus como malfeitor ou “maldito de Deus” (Dt 21,23), os Apóstolos e seus discípulos mais próximos achavam que todo ideal messiânico chegara ao fim, pois teria fracassado diante do poder dos romanos e das liderança religiosas (os fariseus), mas com a Ressurreição do Mestre da Galileia, a chama do ideal reacendeu e o testemunho da Ressurreição venceu o fracasso da morte.
A crucificação era algo que já existia antes dos romanos, com os persas no sentido religioso. Os romanos a usavam com o objetivo de intimidar as pessoas e eliminar qualquer manifestação que ameaçava o império, através da fragelação e morte de cruz de ladrões, assassinos perigosos e líderes rebeldes de movimentos políticos ou religiosos. Foi o que fizeram com Jesus, intitulado ironicamente de Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus (INRI).
Pelo sofrimento e morte de Jesus na cruz, Deus prova sua solidariedade e compaixão para com o sofrimento do ser humano. É na cruz que Cristo salva e reconcilia, renova e unifica todas as criaturas: as dos céus e as da terra e até mesmo as que estão nos infernos, atraindo todas elas para Si – uma Nova Criação em Cristo. Portanto, nela deu-se a máxima autodoação de Jesus, a ponto de se aniquilar e perder sua vida em favor dos homens. Aí se realizou a total comunicação do desígnio de Deus.
O sofrimento e a cruz, em si, não têm nenhum valor salvífico. A cruz, por si mesma, não é senão sinal de maldição e de escândalo. Salvadora é a vida de Jesus e, assim, a cruz passou a ser salvadora por causa da vida radicalmente contrária ao pecado. Ela é salvadora porque constitui o resumo e a radicalização máxima da entrega e do amor-serviço de Jesus durante toda a Sua vida (Jo 15,13). Portanto, a cruz é a revelação e a comunicação do mistério da glória e da vida de unção do Pai e do Filho na Força do Espírito de Verdade que liberta.
Enfim, o sentido da cruz está em abraçá-la como Cristo fez e imitá-Lo no seu modo de viver ou de ser discípulo de Sua Pessoa, renovando, a cada dia, a adesão a Ele como Mestre e Senhor de nossa vida, que nos chamou a seguir seus passos e amar e carregar a nossa cruz (história) como Ele carregou a de toda a humanidade (Mc 8,34-36).
A cruz não é sinal de morte e frustração, mas de vida e de esperança no Deus que venceu a morte na cruz para nos dar o acesso à Vida Eterna. Por isso, a cruz é sinal de Salvação! Nela, Deus provou o Seu Amor e fez dela o seu trono na terra e, por ela, Deus Pai abraça o mundo pelo Seu Filho sob a Ação do Espírito.
Quem rejeita a cruz, rejeita o Cristo crucificado e todo o sentido que ela tem no plano da Salvação (Memorial da Salvação). E quem estiver disposto a avançar nas águas mais profundas desse mistério da cruz e renovar o seguimento a Jesus.

Pe. Joaquim de Souza Filho
Louveira-SP