sábado, 22 de setembro de 2012

POR QUE CONFESSAR-SE AO PADRE?




POR QUE CONFESSAR-SE AO PADRE?
 
 
"Eu me confesso diretamente com Deus".
É o que a gente ouve a cada passo por aí.
 
À primeira vista a pergunta parece ter sentido. Mas só parece. Na realidade porém, o Senhor dispôs de outro modo. É que quem a faz, ou ignora, ou não entendeu a forma como o Senhor instituiu este sacramento. Vejamos:
 
Na tarde do dia da Ressurreição, que era o primeiro da semana (Domingo), os discípulos se achavam reunidos à portas fechadas no Cenáculo, por medo dos judeus. Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse-lhes: "A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou assim também eu vos envio a vós". Depois destas palavras soprou sobre eles dizendo: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes (a quem não perdoardes) ser-lhes-ão retidos." (Jo 20,21)
 
Portanto, o Senhor deu aos apóstolos - e só aos apóstolos - o poder de perdoar ou reter os pecados. Consequentemente, só os bispos, que são os legítimos sucessores dos apóstolos, têm esse poder. Os bispos, por sua vez, transmitem-no aos seus sacerdotes. Ora, para que o bispo ou o sacerdote saiba se pode perdoar, ou se deve reter (isto é, NÃO PERDOAR) os pecados, é necessário que o penitente lhos confesse. Daí o nome de CONFISSÃO deste sacramento. Diz o Catecismo da Igreja Católica (1455 a 1458):
 
"A confissão dos pecados (acusação), mesmo do ponto de vista simplesmente humano, liberta-nos e facilita nossa reconciliação com os outros. Pela acusação, o homem encara de frente os pecados dos quais se tornou culpado: assume a responsabilidade deles e, assim, abre-se de novo a Deus e à comunhão da Igreja, a fim de tornar possível um futuro novo.
 
A declaração dos pecados ao sacerdote constitui uma parte essencial do sacramento da penitência: "Os penitentes devem, na confissão, enumerar todos os pecados mortais de que têm consciência depois de se examinarem seriamente, mesmo que esses pecados sejam muito secretos e tenham sido cometidos somente contra os dois últimos preceitos do decálogo, pois às vezes esses pecados ferem gravemente a alma e são mais prejudiciais do que os outros que foram cometidos à vista e conhecimento de todos".
 
Quando os cristãos se esforçam para confessar todos os pecados que lhes vêm à memória, não se pode duvidar que tenham o intuito de apresentá-los todos ao perdão da misericórdia divina. Os que agem de outra forma tentando ocultar conscientemente alguns pecados, não colocam diante da bondade divina nada que ela possa remir por intermédio do sacerdote. Pois, "se o doente insistir em esconder do médico sua ferida, como poderá a medicina curá-lo?"
 
Conforme o mandamento da Igreja, "todo fiel, depois de ter chegado à idade da discrição, é obrigado a confessar fielmente seus pecados graves, pelo menos uma vez por ano". Aquele que tem consciência de ter cometido um pecado mortal não deve receber a Sagrada Comunhão, mesmo que esteja profundamente contrito, sem receber previamente a absolvição sacramental, a menos que tenha um motivo grave para comungar e lhe seja impossível chegar a um confessor. As crianças devem confessar-se antes de receber a Primeira Eucaristia.
Apesar de não ser estritamente necessária, a confissão das faltas cotidianas (pecados veniais) é vivamente recomendada pela Igreja. Com efeito, a confissão regular dos nossos pecados nos ajuda a formar a consciência, a lutar contra nossas más tendências, a ver-nos curados por Cristo, a progredir na vida do Espírito. Recebendo mais frequentemente, através deste sacramento, o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos como ele.

  Quantas vezes por ano devemos confessar?

 
A lei da Igreja estabelece a obrigação de se confessar AO MENOS uma vez por ano, e sempre que se cometer um pecado grave.
 
AO MENOS, isso quer dizer que quem quiser seguir só a lei da Igreja, estará querendo dar a Deus o MENOS que ele puder. E no entanto devemos dar a Deus o MÁXIMO. Pelo menos quem ama pensa assim. Lei exige o mínimo, amor exige o máximo. A Igreja exige o mínimo, desejando que o fiel procure dar o máximo.
 
Devemos confessar-nos frequentemente porque PERDOAR OS PECADOS não é o único efeito do sacramento. Além do perdão dos pecados, o sacramento da confissão confere à alma um aumento de graça, ilumina a inteligência e fortalece a vontade contra o pecado, além do benefício de o penitente se conhecer sempre melhor.
 
A confissão é um banho espiritual. Você toma banho todos os dias para manter a higiene corporal. Porque não cuidar também de sua higiene espiritual?
 
São Leonardo de Porto Maurício, franciscano, confessava-se regularmente duas vezes por dia; e o Padre Rodolfo Komorek, jesuíta (em processo de beatificação) confessava-se todos os dias.
 
Se você tiver condição de se confessar com frequência, faça-o. É uma graça inestimável.
 
Como o banho faz bem ao corpo! A gente fica com uma sensação tão agradável!... Da mesma forma, como a confissão faz bem à alma! A gente se sente tão leve, tão em paz! Não é verdade?
 
Descubra você também a alegria de uma boa confissão!