“Cristãos mornos (Ap.3,16) são aqueles que querem construir uma Igreja
na própria medida, mas esta não é a Igreja de Jesus”. Foi o que afirma o Papa
Francisco.
Refletindo sobre a leitura dos Atos dos Apóstolos, Papa
Francisco disse: “A primeira comunidade cristã, depois da perseguição, vive um
momento de paz, se consolida, caminha e cresce ‘no temor do Senhor e com a
força do Espírito Santo’”. Segundo o Papa, é nesta atmosfera que respira e vive
a Igreja, chamada a caminhar na presença de Deus e de modo irrepreensível.
Então acrescentou: “É um estilo da Igreja. Caminhar no temor
do Senhor é um pouco o sentido da adoração, da presença de Deus, não? A Igreja
caminha assim e quando estamos na presença de Deus não fazemos coisas erradas e
nem tomamos decisões erradas. Estamos diante de Deus. Também com a alegria e a
felicidade: esta é a força do Espírito Santo, isto é o dom que o Senhor nos deu
– esta força – que nos faz andar em frente”.
Muitos
discípulos acham muito dura a linguagem de Jesus, murmuram, se escandalizam e
por fim abandonam o Mestre. “Estes – disse o Santo Padre -, se afastaram, foram
embora, porque diziam ‘este homem é um pouco estranho, diz coisas que são muito
duras e não podemos com isto… É um risco muito grande seguir este caminho.
Temos bom senso, não é mesmo? Andemos um pouco atrás e não tão próximos a ele’.
Estes, talvez, tivessem alguma admiração por Jesus, mas um pouco de longe: não
queriam se misturar muito com este homem, porque ele diz coisas um pouco
estranhas…”
Para o Santo, estes cristãos não se consolidam na Igreja,
não caminham na presença de Deus, não tem a força do Espírito Santo e não fazem
crescer a Igreja”. São cristãos de bom senso, afirmou o Papa, mas “somente
isto”. “Tomam distância. Cristãos, por assim dizer, ‘satélites’, que tem uma
pequena Igreja, na sua própria medida. Para usar as mesmas palavras que Jesus
usou no Apocalipse, ‘cristãos mornos’. Esta coisa morna que acontece na Igreja…
Caminham somente na presença do próprio bom-senso, do senso comum… aquela
prudência mundana: esta é uma tentação justo da prudência mundana”.
Na homilia, Papa Francisco recorda dos tantos cristãos “que
neste momento dão testemunho, em nome de Jesus, até o martírio”. “Estes –
afirma – não são cristãos satélites, porque vão com Jesus, no caminho de
Jesus”. “Estes sabem perfeitamente aquilo que Pedro disse ao Senhor, quando o
Senhor lhe faz a pergunta: ‘Também vocês querem ir embora, serem ‘cristãos
satélites’? Responde-lhe Simão Pedro: ‘Senhor, a quem iremos, só tu tens
palavras de vida eterna’. Assim, um grupo grande se torna um grupo um pouco
menor, mas daqueles que sabem perfeitamente que não podem ir a outro lugar,
porque somente Ele, o Senhor, tem palavras de vida eterna”.
O Papa conclui sua reflexão com esta oração: “Oremos pela
Igreja, para que continue a crescer, a consolidar-se, a caminhar no temor de
Deus e com a força do Espírito Santo. Que o Senhor nos liberte da tentação
daquele ‘bom senso’, da tentação de murmurar contra Jesus, porque Ele é muito
exigente e, da tentação do escândalo. E assim por diante…”.
Fonte: Blog Canção Nova