Como os conselhos evangélicos são vividos na Igreja e nas Novas Comunidades:
''Se alguém vem a mim e não odeia
seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua
própria vida, não pode ser meu discípulo..E quem não carrega a sua cruz e me
segue, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, querendo fazer uma construção,
antes não se senta para calcular os gastos que são necessários, a fim de ver se
tem com que acabá-la? Para que, depois que tiver lançado os alicerces e não
puder acabá-la, todos os que o virem não comecem a zombar dele, dizendo: Este
homem principiou a edificar, mas não pode terminar. Ou qual é o rei que,
estando para guerrear com outro rei, não se senta primeiro para considerar se
com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil?'' Lc
14, 25-35.
Jesus diz palavras duras a
multidão: "para ser meu discípulo é preciso deixar tudo". Não dá para
ficar na mesma vida quando comecamos a seguir Jesus, é preciso mudar. Quando se
fala em conselho evangélico, falamos de vida.
Pode ser que com a nossa falta de
profundidade, passamos a ser zombados pelos outros, como fala no Evangelho.
Deixamos de lado o essencial e inventamos manias e supertições.
Ou nós somos autenticamente cristãos,
ou não somos nada. Não quero que nos tornemos motivo de ridicularização.
Vou dar um exemplo: alguém pode
dizer "Eu não quero me casar! Quero ser dono do meu nariz!" Isso
realiza a vida de alguém? Podemos até ser celibatários, mas se fazemos a
escolha por egoismo, de nada adianta. Precisa da caridade, do amor de
Deus.
Quem é casado também precisa fazer
a experiência com a obediência, a pobreza e a castidade. O maior sentido está
na liberdade em relação aos bens: pobreza; aos afetos: castidade; a si mesmo:
obediência.
"'O que faz uma pessoa feliz
não é casar ou deixar-se de casar, é amar que realiza um homem ou uma
mulher."
Se a mulher ou homem,
"escondem" os bens um do outro, estão apegados ao bens. É preciso
colocar tudo em comum. Quando colocamos a disposição os nossos bens, Deus
multiplica. Quando finalizamos a nossa vida em ter muitas propriedades o nosso
coração seca.
Quando fazemos uma experiência de
fé verdadeira, isso nos leva a partilha. Liberdade em relações aos bens é viver
a pobreza.
No dia que um casal, resolver
adorar um ao outro serão infelizes, porque precisam amar primeiramente a Deus,
e assim aprenderão amar um ao outro. Se você casa para o seu próprio prazer,
você não vive a castidade.
O que faz uma pessoa feliz não é
casar ou deixar-se de casar, é a entrega total a Deus que realiza um homem ou
uma mulher.
A vida sexual no casamento precisa
ser casta, precisa viver um transbordamento do amor de Deus. É preciso viver a
liberdade em relação aos afetos e as pessoas.
O celibatário não é menos do que
outro estado de vida, ele se entrega, se doa por amor. O homem e a mulher
celibatária não são pessoas solitárias, frustadas. Uma pessoa frustada não tem
como ser celibatária, por que um coração celibatário não é abafado aos afetos,
mas é dilatado na medida do coração de Jesus.
Os conselhos evangélicos são para
todos que escolhem a Deus.
Quem é o pobre, casto e obediente
senão Jesus? Humilhou-se a Si mesmo tornando-se obediente até a morte de cruz.
Quando uma pessoa faz uma escolha,
dentro do seu coração tem que ter o desejo pelo definitivo. Na vida que temos é
uma só, entregue-a para Deus.
Cada estado de vida dentro de uma
comunidade deverá viver a castidade, a pobreza e a obediência. Livre em relação
a sim mesmo, livre em relação as coisas, e livre dos afetos.
Dom Alberto Taveira Corrêa