Momentos finais do Sínodo dos Bispos sobre a Nova
Evangelização, que se encerra no sábado, 27/10, no Vaticano. O penúltimo dia
foi de intenso trabalho para os padres sinodais, na presença do Santo Padre.
Pela manhã, os participantes aprovaram a Mensagem do Sínodo dos Bispos para o
Povo de Deus, na conclusão da 13ª Assembleia Geral. O texto foi apresentado ao
público na Sala de Imprensa da Santa Sé, em coletiva de imprensa.
Participaram da coletiva o Presidente da Comissão para a
Mensagem, Card. Giuseppe Betori, o Secretário Especial, Dom Pierre Marie Carré,
o Diretor da Sala de Imprensa, Pe. Federico Lombardi, e mais dois membros da
Comissão.
No texto, divido em 14 pontos, os padres sinodais afirmam
que conduzir os homens e as mulheres do nosso tempo a Jesus é uma urgência que
diz respeito a todas as regiões do mundo, de antiga e recente evangelização.
Não se trata de recomeçar do zero, mas de inserir-se num longo caminho de
proclamação do Evangelho que, desde os primeiros séculos da era cristã até
hoje, percorreu a História e edificou comunidades de fiéis em todas as partes
do mundo, fruto da dedicação de missionários e de mártires.
Caminho que começa com o encontro pessoal com Jesus Cristo e
com a escuta das Escrituras. “Para evangelizar o mundo, a Igreja deve, antes de
tudo, colocar-se à escuta da Palavra”, escrevem os Padres sinodais, ou seja, o
convite a evangelizar se traduz num apelo à conversão, a começar por nós
mesmos.
Os Bispos apontam como lugar natural da primeira
evangelização a família, que desempenha um papel fundamental para a transmissão
da fé. Diante das crises pelas quais passa essa célula fundamental da
sociedade, com inúmeros laços matrimoniais que se desfazem, os Padres Sinodais
se dirigem diretamente às famílias de todo o mundo, para dizer que o amor do
Senhor não abandona ninguém, que também a Igreja as ama e é casa acolhedora
para todos.
Os jovens também são destinatários da Mensagem do Sínodo,
definidos “presente e futuro da humanidade e da Igreja”. A nova evangelização
encontra nos jovens um campo difícil, mas promissor, como demonstram as
Jornadas Mundiais da Juventude.
Os horizontes da nova evangelização são vastos tanto quanto
o mundo, afirma o Sínodo, portanto é fundamental o diálogo em vários setores:
com a cultura, a educação, as comunicações sociais, a ciência e a economia.
Fundamental é o diálogo inter-religioso que contribua para a paz, rejeita o
fundamentalismo e denuncia a violência contra os fiéis, grave violação dos
Direitos Humanos.
Na última parte, a Mensagem se dirige à Igreja em cada
região do mundo: às Igrejas no Oriente, faz votos de que possa praticar a fé em
condições de paz e de liberdade religiosa; à Igreja na África pede que
desenvolva a evangelização no encontro com as antigas e novas culturas, pedindo
aos governos que acabem com conflitos e violências.
Os cristãos na América do Norte, que vivem numa cultura com
muitas expressões distantes do Evangelho, devem priorizar a conversão e estarem
abertos ao acolhimento de imigrantes e refugiados.
Os Padres Sinodais se dirigem à América Latina com
sentimento de gratidão. “Impressiona de modo especial como no decorrer dos
séculos tenha se desenvolvido formas de religiosidade popular, de serviço da
caridade e de diálogo com as culturas. Agora, diante de muitos desafios do
presente, em primeiro lugar a pobreza e a violência, a Igreja na América Latina
e no Caribe é exortada a viver num estado permanente de missão, anunciando o
Evangelho com esperança e alegria, formando comunidades de verdadeiros
discípulos missionários de Jesus Cristo, mostrando no empenho de seus filhos
como o Evangelho pode ser fonte de uma nova sociedade justa e fraterna. Também
o pluralismo religioso interroga as Igrejas da região e exige um renovado
anúncio do Evangelho.”
Já a Igreja na Ásia, mesmo constituindo uma minoria, muitas
vezes às margens da sociedade e perseguida, é encorajada e exortada à firmeza
da fé. A Europa, marcada por uma secularização agressiva, é chamada a enfrentar
dificuldades no presente e, diante delas, os fieis não devem se abater, mas
enfrentá-las como um desafio. À Oceania, por fim, se pede que continue pregando
o Evangelho.
A Mensagem se conclui fazendo votos de que Maria, Estrela da
nova evangelização, ilumine o caminho e faça florescer o deserto.
Fonte - Vaticano