quinta-feira, 21 de abril de 2011

QUINTA-FEIRA SANTA




1 - Essa Missa é concelebrada pelo Senhor Bispo e por seu presbitério. Os sacerdotes renovam os seus compromissos, faz-se a benção dos óleos (= óleo dos catecúmenos, empregado no Batismo, e óleo do enfermos, empregado na Unção dos Enfermos) e do crisma.
2 – A concelebração da Missa pelo Senhor Bispo com os seus presbíteros indica duas realidades importantíssimas:

2.1 – a unidade do sacerdócio católico, cujo vértice é o Bispo;

2.2 – a relação do Bispo com cada um dos membros da família diocesana: com os óleos que abençoa, o Bispo consagra as mãos sacerdotais que todos os dias celebram a Missa, que assinalam na fronte dos batizados que eles pertencem a Cristo, que absolvem os penitentes e que ungem os enfermos.

No período vespertino (= ao cair da tarde), inicia-se o Tríduo Sacro, com a celebração da Missa da Ceia do Senhor (Missa in Cena Domini). 1 – Na Quinta-feira Santa recordam-se três mistérios: a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia, a instituição do sacerdócio, e o amor fraterno; as cerimônias correspondentes são a Santa Missa, a adoração do Santíssimo Sacramento e o Lava-pés.

2 – Nas Leituras e no Evangelho (Ex 12, 1-8.11-14; 1Cor 11, 23-26; Jo 13, 1-15), a idéia central é a de que a Eucaristia é a verdadeira Páscoa (Primeira Leitura/Evangelho) que Cristo celebrou com os seus Apóstolos e que a Santa Igreja perpetua ao longo dos séculos (Segunda Leitura).

3 – O Lava-pés (que se faz depois da homilia) pelo menos desde o séc. VII já era uma cerimônia com algum caráter litúrgico; é uma parábola em gestos sobre o mandatum novum, o mandamento novo de Cristo: a caridade.

4 – A transladação do Santíssimo Sacramento e a desnudação do Altar fazem-se não só para que se reserve a comunhão para o dia seguinte (vale lembrar que na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo não há Missa), mas também como meio de exortação à adoração de Nosso Senhor. A desnudação do Altar convida a que se contemple somente a Jesus Cristo.

Embora sejamos muitos, formamos um só corpo, uma só comunhão pela fé, pela caridade, pela vida de graça e pela missão. A liturgia desta manhã é chamada Missa do Crisma. O Crisma designa a unção do Espírito Santo que capacita espiritualmente a pessoa para uma determinada missão. O primeiro ungido foi Cristo, na Sinagoga, como podemos ver na liturgia. São Basílio Magno e outros padres da Igreja ensinam que o cristão é aquele que, no Batismo e na Crisma, foram ungidos pelo Espirito Santo a continuar a missão de Cristo aqui na Terra. Jesus pregava na Sinagoga dos judeus e era louvado por todos. No Evangelho de Lucas, Cristo prega em três lugares principais: na sinagoga (que representa o povo de Israel), na estrada (que significa a missão; logo, que Jesus foi um missionário itinerante) e a casa (que representa a Igreja). Jesus iniciou publicamente a sua missão na sinagoga de Nazaré num dia de sábado, dia de Deus para os judeus. Este pormenor nos mostra que, com sua Palavra cheia de sabedoria, o Pai abre aos humanos o dia da salvação. Na liturgia de hoje, também podemos ver o abrir e fechar do livro. Esses são gestos simbólicos. Jesus abrir o livro significa que Ele é a chave para entender a Sagrada Escritura. O Espirito Santo está sobre Jesus e O ungiu para evangelizar os pobres. Em Cristo inicia-se o tempo da libertação e da salvação. Irmãos e irmãs, precisamos permanecer com o nosso olhar n'Ele. Na primeira leitura, vemos que Jesus nos amou para trazer a redenção à humanidade. Deus enviou o seu Filho para morrer por nós. A redenção foi realizada pelo sacrifício de Cristo na cruz. A Igreja é, de fato, um povo sacerdotal, pois é o corpo de Cristo. Na Eucaristia, toda a Igreja oferece, ao Pai, o Seu Filho. E a Igreja também se oferece a Deus a serviço do povo. Cristo instituiu, na última ceia, o sacerdócio ministerial. Ministério significa serviço ao povo de Deus, o serviço que é dom. Por isso, na Quinta-feira Santa, padres de todo o mundo recordam o momento da instituição da Eucaristia. Que esta Quinta-feira seja um dia de muita adoração pela santificação dos sacerdotes do mundo inteiro.