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A Igreja Católica trouxe ao mundo uma outra forma de pensar. Sem ser
  racionalista – quando o único critério de vida se torna a razão - o nosso
  ideário ficou essencialmente ligado à inteligência. Nem tudo nós conseguimos
  compreender, mas nada encontrou acolhida na nossa Teologia que fosse
  irracional. Por isso, não existe nenhuma idéia absurda na nossa fé, nem
  contradição. O arcabouço do nosso Credo é lógico, harmonioso, cheio de bom
  senso. “Estai sempre prontos a dar
  as razões de vossa esperança” (1 Pd 3, 15). Cedo os cristãos
  abandonaram práticas mágicas dos povos pagãos, e tomaram distância de
  superstições. Não abrigamos idéias, palavras ou gestos que, por meio de
  espíritos, pretendem produzir efeitos extraordinários, contrários às leis
  naturais. Não admitimos que fora de Deus, existam forças secretas, que burlem
  o poder divino. O uso desses encantamentos, daria ao homem o domínio sobre a
  natureza e os acontecimentos. A fé em Cristo, no entanto, impede crer em atos
  mágicos, passes, adivinhações sobre o futuro, exatamente porque tudo isso
  supõe que o Onipotente se faria ausente da realidade. Então a magia secreta
  (certos gestos ou palavras) concederia essa força. E por ser desconhecida do
  próprio Ser Supremo, daria poderes secretos para manipular a realidade. 
Não desclassifico a quem faz uso desses recursos baseados no medo, ou
  em presságios fortuitos. Talvez tais pessoas encontrem alívio para os seus
  males, o que me leva a respeitá-las. Mas eu gostaria de elevar tais irmãos de
  caminhada, a um patamar acima. Nós próprios devemos tomar em nossas mãos a
  construção do futuro, e não esperar que tudo “venha do alto”. No entanto,
  sentimos nossas limitações. Por isso clamamos ao Senhor, para que nos ajude
  (não para que nos substitua). Além da oração confiante, podemos lançar mão do
  pedido de bênção, que é atitude sumamente bíblica. Existem bênçãos de casas,
  de veículos, bênçãos para a saúde, e orações para alcançar a paz...Deixemos
  de lado os produtores de espetáculos que, por meio de sugestões levam o
  público ao delírio espiritual, e depois poderosamente libertam as pessoas da
  “possessão diabólica”. São gestos que pretendem promover a idolatria pessoal.
  “Não adorarás nenhum outro Deus,
  além do Senhor” (Ex 34, 14). 
Dom Aloísio Roque Oppermann scj  
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