São Luís Maria Grignion de Montfort
Dentre
 os santos que praticaram a santa escravidão (consagração à Jesus por 
Maria Santíssima),aparece em primeiro lugar o santo que organizou o 
método mais eficaz sobre esta consagração: São Luís Maria Grignion de 
Montfort.
Veremos
 nestes escritos como o apóstolo da Virgem Maria (São Luís) se deixou 
levar pelos encantos dessa doce Senhora;a sobrenaturalidade de sua vida e
 a riqueza de seus ensinamentos e teologia.
Luís
 Grignion nasceu em Montfort (França) no dia 31 de Janeiro de 1673. De 
família muito religiosa, Luís  desde a infância, sempre se deixou 
fascinar pela Virgem Maria,não parava de pensar em Nossa Senhora e em 
seu amor por Ela.
Ele
 foi batizado no mês seguinte ao seu nascimento e acrescentou-se “Maria”
 ao seu nome.Herdou de seu pai o temperamento colérico e agressivo,mas a
 Santíssima Virgem o conduziu pelos caminhos da santidade.Conta-se que 
ao invés de reunir-se com seus amigos para brincar,ele preferia 
retirar-se para conversar com sua Amada (Nossa Senhora) e à Ela ofertar 
várias rosas com seu Rosário,ali Luís ficava sem mexer-se por várias 
horas diante de uma imagem da Mãe de Deus.Ele chamava-A por “Mãezinha 
querida ou Boa Mãezinha” e algo que sempre foi muito característico em 
seu relacionamento com a Santíssima Virgem é o fato dessa relação ser 
muito comunicativa já que ele experimentava grande alegria em falar e em
 ouvir falar de sua “Mãezinha celeste”.
Era muito inteligente e isso foi motivo de uma mistura de admiração e inveja por parte dos que o rodeavam.
Passou-se
 o tempo e certo dia Luís ao entrar em uma Igreja Carmelita perguntou ao
 Senhor qual seria o destino de sua vida,ao que Deus respondeu: “Serás 
sacerdote!” e Luís contou com a providência divina para realizar a 
vontade de Deus:conheceu uma piedosa senhora que custeou sua entrada no 
seminário,mas tão logo recebeu o enxoval para o ingresso no seminário 
Luís encontra em seu caminho alguns mendigos e não pensa duas vezes:dá 
tudo aos pobres,então volta ao encontro desta senhora desprovido de tudo
 e ela resolve mandá-lo para uma congregação mais modesta,o seminário 
dos pobres.
A
 França foi tomada por grande miséria e São Luís passou 
(espontaneamente) a mendigar e velar os mortos o que naquele tempo era 
uma atividade que trazia alguma renda já que ninguém queria se dispor a 
fazê-lo,assim conseguiu custear o restante dos estudos já que, até a 
senhora que o ajudava passava por grandes dificuldades financeiras. Foi 
ordenado sacerdote em 1700(seu lema sacerdotal era: “Ser escravo da 
Virgem Maria”),aos 27 anos de idade sempre com um espírito missionário 
ardentíssimo ,assim, São Luís lutava o quanto podia para afastar as 
pessoas daquilo que não as levava para Deus chegando a mendigar para 
comprar a toda a produção de material pornográfico para em seguida fazer
 uma grande pregação contra estas práticas e após, queimar todo o 
material em praça pública.
Mesmo
 com toda a ousadia que lhe era peculiar São Luís não deixava de buscar 
seus momentos mais interiores para somente estar com a Virgem Maria que 
ele sabia ser Ela o melhor caminho para se chegar a Nosso Senhor Jesus 
Cristo,assim,suas práticas de jejuns,mortificações e sacrifícios eram 
intensas e a caridade era colocada em prática por ele,já que,tão logo 
recebesse alguma coisa já passava para os pobres. Foi transferido para 
uma outra casa da comunidade onde seu superior (por perseguição ou 
providência!) o designa para catalogar e limpar todos os livros da 
biblioteca da casa,atividade esta que resultou num gosto maior ainda 
pela leitura mariana; São Luís tinha aí a oportunidade de ler tudo o que
 já fora escrito sobre Nossa Senhora e pôde após compilar tudo o que leu
 escrever o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” e o 
demônio fez de tudo para que esta devoção não fosse propagada,o próprio 
Tratado foi alvo de seu ódio, São Luís previa que o demônio armaria 
muitas ciladas contra o livro e realmente,o Tratado da Verdadeira 
Devoção ficou escondido por mais de 100 anos em um armário de sua 
congregação até ser descoberto muito tempo após seu falecimento.
Sua
 radicalidade e fidelidade ao Evangelho incitou contra ele muitas 
perseguições chegando a ser freqüentemente expulso de paróquias e 
dioceses,sendo hoje em dia,considerado um dos santos mais perseguidos e 
humilhados que houve na história da nossa Igreja.Depois de muitas 
perseguições por parte dos hereges Luís vai à Roma,à pé, pedir ao Papa 
Clemente XI para realizar missões em outros países,já que seu apostolado
 na França parecia impossível de continuar,ao que o Papa lhe ordena que 
permaneça na França onde seu zelo e ardor seriam muito 
necessários,concedendo-lhe o título de missionário apostólico e assim 
São Luís o fez!
Suas
 pregações eram cheias de amor a Jesus Encarnado e a Santíssima Virgem e
 seus escritos eram repletos de profecias e visões sobre o fim dos 
tempos,hoje,muitos conhecem os que seguem a doutrina deixada por São 
Luís como os apóstolos dos últimos tempos,expressão utilizada pelo 
próprio São Luís.
São
 Luís fundou a Companhia de Maria, congregação de sacerdotes 
missionários; as Filhas da Sabedoria, freiras dedicadas à assistência 
aos doentes nos hospitais e à instrução de meninas pobres; e os Irmãos 
de São Gabriel, congregação de irmãos leigos voltados para o ensino; 
pregou 200 missões e retiros, sempre exaltando a devoção a Nossa Senhora
 como sendo o caminho mais rápido e seguro de ir a Jesus. É chamado à 
glória do céu (aos 43 anos de idade) em 28 de Abril de 1716,em plena 
missão popular na cidade de São Lourenço,onde dez mil pessoas veneraram 
seu corpo. A sagrada Congregação para as Causas dos Santos, do Vaticano,
 fez uma reunião plenária no ano de 1981, para discutir dos critérios na
 escolha e proclamação de novos “Doutores da Igreja”. // A partir deste 
momento, de todas as partes da terra, chegaram cartas ao Santo Padre, 
para proclamar Montfort Doutor da Igreja. // Este momento atingiu seu 
apogeu no IX Congresso Mariano Internacional em Malta, em 1983. No 
encerramento foi mandado para o Papa um pedido para proclamar Montfort 
Doutor da Igreja. O pedido traz a assinatura de 120 delegados, 
representando 24 países: // Lemos nesta carta: “Nós, assinantes, que 
somos na maioria teólogos e membros de estudos marianos de vários 
países, queremos unir nossa voz aos muitos pedidos que já foram feitos 
por Cardeais, Bispos, Superiores Gerais de Congregações Religiosas, 
Conferências Episcopais e diferentes grupos que desejam que Luís de 
Montfort seja proclamado, se a Igreja o julgar oportuno, Doutor da 
Igreja”.
