“Escute meu filho, minha filha” (Pr 1,8), Jesus está
chamando você: “Vem e segue-me”. Obedeça e responda “sim” A obediência é, antes de tudo, uma atitude filial. É aquele
tipo particular de escuta que só mesmo o filho pode prestar ao pai, porque está
iluminado pela certeza de que ele só pode ter coisas boas a dizer e a dar ao
filho. Uma escuta baseada na confiança paterna permite ao filho acolher a
vontade do pai, certo de que esta será para o bem. Isto é imensamente mais
verdadeiro em relação a Deus.
A obediência ao Senhor é caminho de crescimento e liberdade,
uma vez que nos permite acolher um projeto diferente da nossa própria vontade.
Ao mesmo tempo, a liberdade é, em si, um caminho de
obediência, pois é obedecendo ao plano do Pai que o filho realiza o seu ser
livre. Levi, depois de chamado, responde positivamente: “Levi se levantou,
deixou tudo e seguiu Jesus. Então, Levi fez para Jesus uma grande festa em sua
casa”.
É claro que tal obediência exige reconhecer-se como filho e
alegrar-se em sê-lo, posto que somente um filho pode se entregar livremente nas
mãos do Pai, exatamente como fez Jesus. Se, durante a Sua Paixão, Jesus se
entregou a Judas, aos sumos-sacerdotes, aos Seus flageladores, à multidão
hostil e aos que O crucificaram, só o fez porque estava absolutamente certo de
que tudo encontrava um significado na fidelidade total ao desígnio de salvação
querido pelo Pai, a quem – como nos recorda são Bernardo – “não foi a morte que
O agradou, mas sim a vontade d’Aquele que, espontaneamente, morria”.
Em Lucas 5,27-32, Jesus encontrou um cobrador de impostos
chamado Levi e o convidou para ser Seu discípulo. Devemos, cada um em
particular, entrever-se, pois o Mestre também nos chama.
Assim como Levi segue, imediatamente, Jesus e oferece um
banquete a Ele e aos membros da sua classe, façamos nós o mesmo. Veja que Levi,
sendo um detestado cobrador de impostos, possuía como únicos amigos outros
cobradores de impostos. Nossos amigos são aqueles que conhecemos: pai, mãe,
filhos, irmãos e irmãs, tios e tias, colegas, entre tantos. Convidemo-los a
participar da mesa com o Mestre. Que eles partilhem de igual modo da nossa conversão.
Como Levi, sejamos obedientes ao Mestre que nos chama para
Sua missão. Saibamos que a obediência ao chamado de Jesus é o único caminho de
que dispõe a pessoa humana para se realizar plenamente. Quando diz “não” a
Deus, a pessoa compromete o projeto divino e diminui a si mesma, destinando-se
ao fracasso. Diga “sim” ao projeto do Senhor na sua vida e você e os seus
viverão eternamente.
Padre Bantu
Mendonça