sexta-feira, 3 de maio de 2013

Catequese sobre Santa Teresinha do Menino Jesus




"Qual é esse Amor que preencheu toda a vida de Teresa, desde a infância até a morte? Queridos amigos, esse Amor tem um Rosto, tem um Nome, é Jesus! A Santa fala continuamente de Jesus. Desejamos percorrer novamente, então, as grandes etapas da sua vida, para entrar no coração da sua doutrina".

A confiança e amor são as duas palavras que iluminaram todo o caminho de santidade da jovem religiosa francesa. "Assim, Teresa indica a todos nós que a vida cristã consiste em viver plenamente a graça do Batismo no dom total de si ao Amor do Pai, para viver como Cristo, no fogo do Espírito Santo, o Seu mesmo amor por todos os outros".

Um segredo da vida da santa: "A sua caridade amável e sorridente é a expressão da alegria profunda, da qual nos revela o segredo: 'Jesus, a minha alegria é amar a Ti'".

Sobre as últimas palavras pronunciadas por Teresinha antes de morrer - "Meu Deus, eu vos amo" -, o Bispo de Roma ensinou:

"Queridos amigos, também nós, com Santa Teresa do Menino Jesus, devemos poder repetir a cada dia ao Senhor que desejamos viver de amor a Ele e aos outros, aprender na escola dos santos a amar de modo autêntico e total. Teresa é um dos 'pequenos' do Evangelho que se deixam conduzir por Deus na profundidade do seu Mistério".

Além disso, Santa Teresinha também é indicada pelo Sucessor de Pedro como guia para todos, especialmente para os que desempenham o ministério de teólogos. "Com a humildade e caridade, a fé e a esperança, Teresa entra continuamente no coração da Sagrada Escritura que contém o Mistério de Cristo. E tal leitura da Bíblia, nutrida pela ciência do amor, não se opõe à ciência acadêmica. A ciência dos santos, de fato, da qual ela mesma fala na última página da História de uma alma, é a ciência mais alta. Inseparável do Evangelho, a Eucaristia é, para Teresa, o Sacramento do Amor Divino que se abaixa ao extremo para elevar-nos a Ele", explicou.


A narração da vida de Teresinha é publicada no livro História de uma alma. "É um livro que teve subitamente um enorme sucesso, foi traduzido em muitas línguas e difundido em todo o mundo. Gostaria de convidar-vos a redescobrir esse pequeno-grande tesouro, esse luminoso comentário do Evangelho plenamente vivido!"

Nasceu em 2 de janeiro de 1873 em Alençon, cidade da Normandia (França). É a última filha de Luigi e Zelia Martin, esposos e pais exemplares, beatificados conjuntamente em 19 de outubro de 2008. Ela e mais cinco irmãs tornaram-se religiosas. Aos quatro anos, morre sua mãe. O pai e as filhas transferem-se então para a cidade de Lisieux, onde se desenvolverá toda a vida da Santa.

"Mais tarde, Teresa, atingida por uma grave doença nervosa, é curada por uma graça divina, que ela mesma define como o 'sorriso de Nossa Senhora'. Recebeu depois a Primeira Comunhão, intensamente vivida, e colocou Jesus Eucaristia ao centro da sua existência".

A "Graça de Natal" de 1886 assinala uma grande reviravolta, por ela também chamada de "completa conversão". Ela é curada de sua hipersensibilidade infantil. Com 14 anos, leva no coração o caso, aparentemente sem esperanças, de um criminoso condenado à morte e impenitente. "'Desejei a todo custo impedir-lhe de cair no inferno', escreve a Santa, com a certeza de que a sua oração o teria colocado em contato com o Sangue redentor de Jesus. É a sua primeira e fundamental experiência de maternidade espiritual: 'Tanta confiança tenho na Misericórdia Infinita de Jesus', escreve. Com Maria Santíssima, a jovem Teresa ama, crê e espera com 'um coração de mãe'".

Em novembro de 1887, ela dirige-se em peregrinação a Roma, juntamente com seu pai e a irmã Celina, e tem uma audiência com o Papa Leão XIII, ao qual pede a permissão para entrar, com apenas 15 anos, no Carmelo de Lisieux. Um ano depois, o seu desejo se realiza. "A sua profissão religiosa, na festa da Natividade de Maria, em 8 de setembro de 1890, é para ela um verdadeiro matrimônio espiritual na 'pequenez' evangélica, caracterizada pelo símbolo da flor. Para Teresa, ser religiosa significa ser esposa de Jesus e mãe das almas".

Em 1896 vem a "Graça de Páscoa", que abre o último período da vida de Teresa, marcado pelo início de seus sofrimentos corporais, vividos em união profunda à Paixão de Jesus. "Com Maria ao lado da Cruz de Jesus, Teresa vive então a fé mais heroica, como luz nas trevas que invadem sua alma. A Carmelitana tem consciência de viver essa grande prova pela salvação de todos os ateus do mundo moderno, chamados por ela de 'irmãos'. Vive então ainda mais intensamente o amor fraterno. Torna-se verdadeiramente uma 'irmã universal'! Nesse contexto de sofrimento, vivendo o maior amor nas pequenas coisas da vida cotidiana, a santa leva a cumprimento a sua vocação de ser o Amor no coração da Igreja".

Teresa morre na noite de 30 de setembro de 1897, pronunciando as simples palavras "Meu Deus, vos amo!", olhando o Crucifixo que segurava nas mãos. "Essas últimas palavras da Santa são a chave de toda a sua doutrina, da sua interpretação do Evangelho. O ato de amor, expresso no seu último suspiro, era como o contínuo respiro da sua alma, como o batimento do seu coração", concluiu.

A Santa foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925. O Venerável Papa João Paulo II, em 1997, desejou dar-lhe o título de Doutora da Igreja, em acréscimo àquele de Padroeira das Missões, já atribuído por Pio XI em 1939.

Emérito Papa Bento XV