"Qual é esse Amor que preencheu toda a vida de Teresa,
desde a infância até a morte? Queridos amigos, esse Amor tem um Rosto, tem um
Nome, é Jesus! A Santa fala continuamente de Jesus. Desejamos percorrer
novamente, então, as grandes etapas da sua vida, para entrar no coração da sua
doutrina".
A confiança e amor são as duas
palavras que iluminaram todo o caminho de santidade da jovem religiosa
francesa. "Assim, Teresa indica a todos nós que a vida cristã consiste em viver
plenamente a graça do Batismo no dom total de si ao Amor do Pai, para viver
como Cristo, no fogo do Espírito Santo, o Seu mesmo amor por todos os
outros".
Um segredo da vida da santa: "A sua
caridade amável e sorridente é a expressão da alegria profunda, da qual nos
revela o segredo: 'Jesus, a minha alegria é amar a Ti'".
Sobre as últimas palavras pronunciadas por Teresinha antes
de morrer - "Meu Deus, eu vos amo" -, o Bispo de Roma ensinou:
"Queridos amigos, também nós, com Santa Teresa do
Menino Jesus, devemos poder repetir a cada dia ao Senhor que desejamos viver de
amor a Ele e aos outros, aprender na escola dos santos a amar de modo autêntico
e total. Teresa é um dos 'pequenos' do Evangelho que se deixam conduzir por
Deus na profundidade do seu Mistério".
Além disso, Santa Teresinha também é indicada pelo Sucessor
de Pedro como guia para todos, especialmente para os que desempenham o
ministério de teólogos. "Com a humildade e caridade, a fé e a esperança,
Teresa entra continuamente no coração da Sagrada Escritura que contém o
Mistério de Cristo. E tal leitura da Bíblia, nutrida pela ciência do amor, não
se opõe à ciência acadêmica. A ciência dos santos, de fato, da qual ela mesma
fala na última página da História de uma alma, é a ciência mais alta.
Inseparável do Evangelho, a Eucaristia é, para Teresa, o Sacramento do Amor
Divino que se abaixa ao extremo para elevar-nos a Ele", explicou.
A narração da vida de Teresinha é publicada no livro
História de uma alma. "É um livro que teve subitamente um enorme sucesso,
foi traduzido em muitas línguas e difundido em todo o mundo. Gostaria de
convidar-vos a redescobrir esse pequeno-grande tesouro, esse luminoso
comentário do Evangelho plenamente vivido!"
Nasceu em 2 de janeiro de 1873 em Alençon, cidade da Normandia
(França). É a última filha de Luigi e Zelia Martin, esposos e pais exemplares,
beatificados conjuntamente em 19 de outubro de 2008. Ela e mais cinco irmãs
tornaram-se religiosas. Aos quatro anos, morre sua mãe. O pai e as filhas
transferem-se então para a cidade de Lisieux, onde se desenvolverá toda a vida
da Santa.
"Mais tarde, Teresa, atingida por uma grave doença
nervosa, é curada por uma graça divina, que ela mesma define como o 'sorriso de
Nossa Senhora'. Recebeu depois a Primeira Comunhão, intensamente vivida, e
colocou Jesus Eucaristia ao centro da sua existência".
A "Graça de Natal" de 1886 assinala uma grande
reviravolta, por ela também chamada de "completa conversão". Ela é
curada de sua hipersensibilidade infantil. Com 14 anos, leva no coração o caso,
aparentemente sem esperanças, de um criminoso condenado à morte e impenitente.
"'Desejei a todo custo impedir-lhe de cair no inferno', escreve a Santa,
com a certeza de que a sua oração o teria colocado em contato com o Sangue
redentor de Jesus. É a sua primeira e fundamental experiência de maternidade
espiritual: 'Tanta confiança tenho na Misericórdia Infinita de Jesus', escreve.
Com Maria Santíssima, a jovem Teresa ama, crê e espera com 'um coração de
mãe'".
Em novembro de 1887, ela dirige-se em peregrinação a Roma,
juntamente com seu pai e a irmã Celina, e tem uma audiência com o Papa Leão
XIII, ao qual pede a permissão para entrar, com apenas 15 anos, no Carmelo de
Lisieux. Um ano depois, o seu desejo se realiza. "A sua profissão
religiosa, na festa da Natividade de Maria, em 8 de setembro de 1890, é para
ela um verdadeiro matrimônio espiritual na 'pequenez' evangélica, caracterizada
pelo símbolo da flor. Para Teresa, ser religiosa significa ser esposa de Jesus
e mãe das almas".
Em 1896 vem a "Graça de Páscoa", que abre o último
período da vida de Teresa, marcado pelo início de seus sofrimentos corporais,
vividos em união profunda à Paixão de Jesus. "Com Maria ao lado da Cruz de
Jesus, Teresa vive então a fé mais heroica, como luz nas trevas que invadem sua
alma. A Carmelitana tem consciência de viver essa grande prova pela salvação de
todos os ateus do mundo moderno, chamados por ela de 'irmãos'. Vive então ainda
mais intensamente o amor fraterno. Torna-se verdadeiramente uma 'irmã
universal'! Nesse contexto de sofrimento, vivendo o maior amor nas pequenas
coisas da vida cotidiana, a santa leva a cumprimento a sua vocação de ser o
Amor no coração da Igreja".
Teresa morre na noite de 30 de setembro de 1897,
pronunciando as simples palavras "Meu Deus, vos amo!", olhando o
Crucifixo que segurava nas mãos. "Essas últimas palavras da Santa são a
chave de toda a sua doutrina, da sua interpretação do Evangelho. O ato de amor,
expresso no seu último suspiro, era como o contínuo respiro da sua alma, como o
batimento do seu coração", concluiu.
A Santa foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925. O
Venerável Papa João Paulo II, em 1997, desejou dar-lhe o título de Doutora da
Igreja, em acréscimo àquele de Padroeira das Missões, já atribuído por Pio XI
em 1939.
Emérito Papa Bento XV