A soberba tem muitos filhos: orgulho, vaidade, vanglória,
arrogância, prepotência, presunção, auto-suficiência, amor-próprio,
exibicionismo... A soberba é o pior de todos os pecados. É o que levou os
anjos maus a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à desobediência e ao
pecado original. Alguém disse que o orgulho é tão enraizado em nós, por causa
do pecado original, que "só morre meia hora depois do dono".
Por outro lado, por ser o oposto da soberba, a humildade é
grande virtude, e que mais caracterizou o próprio Jesus: "Manso e humilde
de coração" (cf. MT 11,29) e também marcou a vida de Maria: "Serva do
Senhor" (Lc 1, 38), José e todos os santos da Igreja.
São Vicente de Paulo ensinava seus filhos que o demônio não
pode nada contra uma alma humilde, uma vez que sendo soberbo, não sabe se
defender contra a humildade. Por isso, com esta arma ele foi vencido por Jesus,
Maria, José, São Miguel e pelos santos. A soberba consiste na pessoa sentir-se
como se fosse a “fonte” dos seus próprios bens materiais e espirituais. Acha-se
cheia de si mesma e se esquece de que tudo vem de Deus e é dom do alto, como
disse São Tiago: "Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem
do Pai das luzes" (Tg 1,17).
O soberbo se esquece de que é uma simples criatura, que saiu
do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, d'Ele depende em tudo.
Como disse Santa Catarina de Sena, ele [maligno] “rouba a glória de Deus”, pois
quer para si os aplausos que pertencem só a Deus. São Paulo lembra aos
coríntios que: "Nossa capacidade vem de Deus" (2 Cor 3,5). A soberba
tem muitos filhos: orgulho, vaidade, vanglória, arrogância, prepotência,
presunção, auto-suficiência, amor-próprio, exibicionismo, egocentrismo,
egolatria, etc.
Podemos dizer que a soberba é a “cultura do ego”. Você já
reparou quantas vezes por dia dizemos a palavra "eu"? "Eu
vou"; "Eu acho"; "Eu penso que"...; "Mas eu
prefiro"..., etc... A luta do cristão é para que essa “força” puxe-o para
Deus e não para o ego. Jesus, nosso Modelo, disse: "Não busco a minha
glória" (Jo 8,50). São Paulo insistia no mesmo ponto: “É porventura, o
favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em
agradar os homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de
Deus” (Gl 1,10).
Adão e Eva, sendo criaturas, quiseram “ser como deuses” (cf.
Gen 3,5); Jesus, sendo Deus, fez-se criatura. Da manjedoura à cruz do Calvário,
toda a vida de Jesus foi vivida na humildade e na humilhação. Por isso, Jesus
afirmou que no Reino de Deus os últimos serão os primeiros e quem se exaltar
será humilhado.
Façamos como Santa Teresinha que procurava o último lugar...
Felipe Aquino